24.4.09 | Autor: Maria Augusta
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"O Homem foi criado para viver feliz no paraíso, mas com uma condição : de não comer o fruto proibido da árvore do conhecimento"…Mas desde que ele o provou, não conseguiu mais viver sem ele, e o seu domínio sempre propiciou uma situação de superioridade em relação aos que não o possuíam. O primeiro passo no sentido de democratizar o conhecimento veio com a “invenção” da impressão e da tipografia por Gutenberg, e o acesso a ele foi se difundindo cada vez mais, culminando com o advento da Internet.

E por falar em conhecimento e Internet, estes últimos dias foram pródigos em novidades. A Unesco lançou dia 21 de abril sua Biblioteca Digital Mundial, incluindo várias áreas do conhecimento humano acessível em 7 línguas e dividida em 9 rúbricas : filosofia e psicologia, religião, ciências sociais, línguas, ciências naturais e matemáticas, tecnologia, belas artes e artes decorativas, literatura e técnicas de escrita e história e geografia.

Além disso, já tínhamos Wikipedia, esta enciclopédia aberta na qual todos podiam participar e introduzir conhecimentos, de forma anônima. Agora Google está lançando Knol (abreviação de knowledge), um sistema que permite a qualquer um de escrever artigos e publicá-los, pois segundo eles «Existem milhares de pessoas que possuem conhecimentos úteis que gostariam de compartilhar, e bilhões de pessoas que poderiam aproveitar deste conhecimento. Nos achamos que muitos não compartilham seu conhecimento hoje simplesmente porque não é fácil.»

Qual a diferença em relação à Wikipédia ? No Knol os autores se identificam, fornecem seu curriculum e podem ser remunerados pela publicidade. Serão também avaliados e receberão notas da parte dos leitores, e estas determinarão a classificação do artigo no motor de pesquisas Google. Por enquanto ele existe em poucas línguas (em francês saiu há apenas alguns dias) e o número de artigos é reduzido, enquanto Wikipédia é apresentado em mais de 170 línguas e já cobre praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Mas parece que a briga entre os dois vai ser rude, na disputa pela preferência dos internautas.

E agora, Wikipédia, base da UNESCO, blogs, Knol, portais…tudo ao alcance de nossas mãos, aqui e agora…será que com todo este conhecimento vamos nos aproximar ou nos afastar do “paraíso”?


O Kovacs está publicando um post bastante detalhado sobre a Biblioteca Digital Mundial aqui.



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15 comentários :

On 24 de abril de 2009 às 00:35 , Alexandre Kovacs disse...

Tanto conhecimento, informação e cultura disponíveis com as ferramentas atuais e, no entanto, o homem parece cada vez mais preguiçoso e menos criativo, como explicar tamanho absurdo? Imaginemos um poderoso editor de texto nas mãos de Dostoievski ou os recursos atuais de arranjo, edição e gravação aos cuidados de Bach. Mas infelizmente só constatamos a decadência do conhecimento a alienação dos sentidos. Desculpe o tom pessimista, mas de qualquer forma só nos resta continuar divulgando as boas iniciativas como esta da UNESCO.

 
On 24 de abril de 2009 às 00:42 , Alexandre Kovacs disse...

Acabei de ler o seu comentário lá no Mundo de K. Incrível coincidência, com apenas alguns segundos de diferença.

 
On 24 de abril de 2009 às 01:29 , Dora disse...

Maria Augusta. Eu acho fantástica essa disponibilidade dos conhecimentos ao alcance de muitos.
Mas, sem querer plagiar seu leitor, Kovacs, também penso que, por outro lado,esse excesso de informações acaba por tomar o lugar da reflexão e da concentração. O pensamento precisa de tempo, de calma, de introspecção, para se aprofundar, para "digerir" novidades, para apreciar criticamente os conhecimentos que chegam velozmente. Dessa forma, há pouca formação do senso crítico e de julgamento de valores. Não há fôlego que aguente...rs
É a sociedade de hoje, que se acha sempre bem informada, mas, não percebe o quanto vive "manipulada", pela mídia, por exemplo...
Bom texto. Boas novidades. Vou "pensar" mais sobre o que li...rs
Beijos.
Dora

 
On 24 de abril de 2009 às 05:34 , Ví Leardi disse...

Maria Augusta..esta facilidade crescente de maneiras para se obter informações tem sido essêncial para minhas pesquisas pela net...a quantidade de coisas que aprendi no último ano me surpreende e encanta...especilmente por poder dividir tudo com vc e os que nos visitam.Sem dúvida pela quantidade,tudo fica mais difícil de assimilar,mas a memória é sábia e seletiva ...o que vale a pena e intereessa ...fica.
Tenho que, respeitosamente, discordar do Kovacs.. a variedade criatividade e qualidade de arte em todas as suas formas que tenho encontrado é impressionante.Para mim o homem está cada vez mais inventivo e criativo e com a ajuda da tecnologia, se supera.
Não sei se ficaremos mais próximos ou mais distantes do "paraíso"...mas com certeza mais cultos e conscientes das nossas realidades.Beijos

 
On 24 de abril de 2009 às 10:29 , Maria Augusta disse...

Kovacs, estas coincidências é que fazem o charme da Internet! Quanto à quantidade de informações, isto pode levar as pessoas à alienação, se pensam que tudo já foi feito e elas não precisam se esforçar para fazer as coisas evoluirem, é a lei do "menor esforço". Mas para os que sabem utilizá-la é uma verdadeira maravilha nem precisar sair de casa para ter tudo isso à mão. Abraços.

Dora, entendo a tua preocupação, ela vem da síndrome "copiar-colar", do risco que correm principalmente os mais jovens, de assimilar a informação sem analisá-la. Acho que neste caso, os educadores tem que trabalhar no sentido de inculcar um senso crítico, para que eles possam "separar o joio do trigo" e criar sua própria opinião.
Um grande beijo.

Vi, você é um dos exemplos de quanto as informações trazidas pela Internet podem ser bem aproveitadas, tuas pesquisas no ramo da arte nos fazem descobrir verdadeiros tesouros da mente humana.
Um grande beijo.

 
On 24 de abril de 2009 às 11:43 , Anônimo disse...

Esta claro que não podemos ter as duas coisas: quantidade e profundidade! Estamos na era da QUANTIDADE de informações! Tudo fica na superfície, e é absolutamente descartado para liberar lugar para novas informações!
Melhor? Pior? É a realidade, e dela não se escapa!

Ótima postagem, e ótimo tema!

 
On 24 de abril de 2009 às 12:08 , Aninha Pontes disse...

Sem dúvida, há o lado bom.
A ajuda que temos é impressionante, o aprendizado é enorme e constante, como dsse a Vi, muito tem nos enriquecido.
Acho que temos sim que aproveitar as facilidades para esse aprendizado.
Estã aí, em nossas mãos.
Beijos

 
On 24 de abril de 2009 às 12:29 , http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Maria Augusta, bom dia!!!

Hoje em dia há tantas coisas, tantas facilidades com tantas informacoes.

O mundo virtual ganha a cada dia muitos adeptos.

Temo que as bibliotecas com livros tendem a sofrer um esvaziamento e daqui a alguns anos quem sabe a biblioteca fará parte de algum museu.
Até porque ter um PC em casa facilita muitas coisas.
É incrível como a nossa falta de tempo aprimora outros lados virtuais no caso que nos fazem ficar cada vez mais sentados numa cadeira, eu mesma fico sentada demais, rs.

Mas o que fazer com o mundo evolutivo?

Um grande beijo e bom fim de semana

 
On 24 de abril de 2009 às 13:56 , Anônimo disse...

Bom dia Maria Augusta, aproveito-me desta manhã calma de outono, sexta-feira preguiçosa graças a maré de feriados que tivemos para aqui estar e ler seus posts sempre atentos a realidade e ao navegar por ela acabo de lembrar-me da lenda de Lilith que de acordo com o cristianismo foi a primeira mulher criada por deus e por sua vez, claro, rebelde como só ela conseguia ser, não aceitou ser submissa e foi lá se divertir no "paraíso". Então, para Adão não ficar sozinha, deus criou Eva, mas novamente o tiro saiu pela culatra porque lá foi a dona Eva comer do fruto proíbido.
Sempre digo que tudo isso pra mim é mitologia, uma forma curiosa de tentar explicar a história do homem e gosto de correr meus olhos por tudo isso.
Enfim, também digo que quanto mais o homem abraça o conhecimento mais e mais ele questiona a sua fé. Mas sempre achei que essa é a nossa maldição e talvez seja assim que iremos descobrir o verdadeiro paraíso, quem sabe tanto conhecimento nos leve a perceber que nos afastamos tanto do que realmente importa que é preciso reflexão e uma volta as origens. Claro que com tanta tecnologia e tantas outras coisas, dizer que precisamos voltar a nossa origem parece herege, mas acho que há como sim e não precisamos abandonar absolutamente nada, apenas pesar o que realmente nos é importante e acho que não temos feito isso nos últimos tempos.
Abraços meus e grata por esse mais esse post que me permitiu uma excelente reflexão matinal.

 
On 24 de abril de 2009 às 22:53 , Jorge Pinheiro disse...

O paraíso é "tudo o que sonhares". Tomei devida nota no KNOL.

 
On 25 de abril de 2009 às 08:33 , Maria Augusta disse...

Eduardo, é verdade, quantidade e profundidade são antagônicos. Mas apesar disso acho que existem coisas de excelente qualidade, é preciso saber "garimpar".
Abraços.

Aninha, é mesmo muito enriquecedor, a cada dia aprendemos muito tanto lendo quando redigindo, para nós que estamos na blogosfera e participamos na alimentação desta rede.
Beijos.

Georgia, pois é, o conhecimento encontrou um outro suporte e outro meio de difusão, só a vontade de aprender que depende de cada um como antes. Ficar muito tempo sentada é um "efeito colateral" com o qual precisamos tomar cuidado...
Um grande beijo e um bom fim de semana.

Lunna, usei esta simbologia do "paraiso" e da "árvore do conhecimento" porque aqui na França existe um ditado que diz : "Heureux les creux", quer dizer as pessoas que não tem nada na cabeça é que são felizes. De certa forma é verdade, quanto mais aprendemos mais questionamos e percebemos que "Tudo que sei é que nada sei"...no caso vejo o "paraíso" como a felicidade de cada um. Mas é tão bom aprender, né?
Um beijo grande.

Jorge, concordo plenamente, cada um tem seu ideal de paraíso.
Um abração.

 
On 25 de abril de 2009 às 16:16 , sonia a. mascaro disse...

Maria Augusta, não conhecia a Biblioteca Digital e o Knol. Achei muito interessante.
Diante desse volume imenso de informações, é preciso saber administrá-la, separar o joio do trigo e também ficar atento à credibilidade destas fontes de informação. Li um livro muito interessante, Ansiedade de Informação - Como Transformar Informação em Compreensão, de Richard Saul Wurman, que toca exatamente nesse ponto.

PS: Obrigada pela visita ao Leituras e comentário. Deixei uma resposta para você e para o Jorge a respeito do Circo, que no caso desse que postei, não tem números arriscados e nem animais, é um Circo Teatro.
Beijos e um ótimo final de semana.

 
On 25 de abril de 2009 às 16:48 , sonia a. mascaro disse...

Maria Augusta, uma dúvida minha: as fotos que postei do Circo estão muito grandes em seu PC? Isso porque coloquei a dimensão da foto de s1024 ao invés de s800. No meu PC ficou bom, mas no do meu marido ficou exageradamente grande. Aguardo a sua opinião. Obrigada desde já.
Bjs.

 
On 25 de abril de 2009 às 19:06 , sonia a. mascaro disse...

Obrigada Maria Augusta!
Diminui a dimensão da foto para s800, pois assim fica mais confortável para todos.
Bjs.

 
On 26 de abril de 2009 às 10:14 , Maria Augusta disse...

Sonia, obrigada pela dica sobre o livro. E na nova dimensão, as fotos de teu lindo post sobre o circo ficaram ótimas para ser visualizadas "por inteiro".
Beijos.