29.5.09 | Autor: Maria Augusta

Há alguns anos estive num congresso de "Realidade Virtual" na cidade de Laval, aqui na França. Neste fiquei impressionada com os recursos que existiam para reproduzir de forma digital a realidade,recriando artificialmente sensações. Por exemplo, num dos equipamentos podia se reproduzir a sensação de se estar esquiando, simplesmente colocando uns "óculos" que permitiam ver a paisagem nevada e segurando dois "bastões" que substituiam os esquis. Havia também o cinema 3D, no caso vi um filme que mostrava um passeio no mar num barco de pescadores, e a sensação de estar dentro da embarcação era tão perfeita que tínhamos a impressão de sentir as gotas de água nos molhar e as gaivotas voando sobre nossas cabeças.

"Uma vida nasceu" de Jaeck Yerka (2001)

Mas existe também a arte digital e um de seus aspectos é a pintura digital. Como sempre estive curiosa para saber se um artista pode expressar sua sensibilidade utilizando somente o mouse, o teclado e os programas de tratamento de imagens, achei muito interessante observar as obras apresentadas no concurso da NVArt, no qual as obras concorrentes se inspiraram no trabalho do artista surrealista Jaeck Yerka. Observem e verifiquem se a produção digital proporciona as mesmas emoções que a tradicional.(utilizem as setas para virar as páginas).




26.5.09 | Autor: Maria Augusta

Dando continuidade à série de projetos apresentados pelos arquitetos para a remodelagem de Paris para o futuro (lembrando que os critérios impostos pelo governo foram o desenvolvimento sustentável, a coerência dos meios de transporte e a abolição dos guetos existentes) depois da proposta de Jean Nouvel, é a vez do projeto de Roland Castro. Este arquiteto, que milita ativamente nos meios políticos da esquerda francesa, e é o fundador do Movimento de Utopia Concreta, apresentou um projeto voltado principalmente para a valorização da periferia de Paris, que ele caracterizou como sendo a Grande Paris "dos poetas, da deriva, da flânerie e da viagem".

O porto de Genevilliers receberia uma Opera como a de Sidney e um "Ecoplaneta",
centro de pesquisas ligadas ao meio ambiente

Segundo ele, o coração de Paris se estende sobre uma área de 10 km por 10 em torno de seu centro. Neste espaço se concentram a administração da cidade e do país e a vida econômica e cultural da capital francesa. Ele deseja estender estas atividades a uma área cujo diâmetro seria 30 km por 30, criando uma "centralidade periférica" com transferência dos poderes políticos e administrativos para os atuais subúrbios, assim como a instalação nestes de teatros e museus, eliminando assim a distorção atual que concentra a atratividade de Paris no seu centro histórico.

O Eco Planeta no porto de Genevillers

Para permitir o fim do isolamento destas zonas periféricas, ele propõe 3 anéis de tramways, entre eles uma grande coroa, barcos-ônibus nos rios Sena e Marne e também acessos mais rápidos aos diversos bairros por meio de um metrô aéreo automático, além de um outro anel rápido unindo Orly-Roissy-La Défense. Um porto em Roissy também é previsto, para que o abastecimento da cidade seja feito por via fluvial. Coloquei no diaporama abaixo mais alguns detalhes do projeto do gabinete Roland Castro, que trabalha em associação com as arquitetas Sophie Denissof e Silvia Casi.







Para ver mais todos os detalhes deste projeto assim como os dos outros arquitetos clique aqui.




23.5.09 | Autor: Maria Augusta

Lembram de "Eduardo e Mônica" (clique aqui para ouvi-la), esta canção de Renato Russo cantada pela Legião Urbana nos anos 80? Para quem não conhece, ela conta o encontro, o namoro e a união de um casal de classe média típico daquela época. Pois encontrei (aqui) esta história em quadrinhos (o site dos autores é aqui), que reescreve a letra da canção adaptando-a para os dias de hoje com um casal geek, blog, twitter, etc. Podemos então comparar como se namorava antes e depois da chegada da Internet. Achei fofa demais, vire as páginas do gibi se desejar ver a história inteira (tem 4 páginas)...








21.5.09 | Autor: Maria Augusta

Como prometido trago as fotos do trabalho do Timothy Martin, mas desta vez tendo como tema os móveis...que ele pinta adaptando as formas naturais das flores. Na primeira parte comentei que ele era considerado como o "Archimboldo das Flores". No entanto quando vejo as estruturas da natureza compondo suas cadeiras, não posso deixar de pensar na art nouveau que também a tinha como tema e nos incríveis vasos de Emille Gallé, o botanista que reproduziu no vidro e no cristal as flores e as plantas (diaporama aqui), assim como nas maravilhosas jóias de Lalique, com sua mulher libélula ou os pássaros cantores (diaporama aqui). E mais ainda nos móveis de Majorelle, como a mesa "orquídea"...Este paralelo é meio inusitado, o estilo não é comparável mas o princípio poderia sê-lo. Mas depois destes meus delírios, apreciem os quadros de Timothy Martin...




18.5.09 | Autor: Maria Augusta

George Garen - Embrasement de la tour Eiffel pendant l’Exposition universelle de 1889 (fonte)

Dia 15 de maio a Dama de Ferro, ou seja, a Torre Eiffel completou 120 anos...e está mais jovem do que nunca. Para seu aniversário ganhou roupa nova (foi completamente pintada), uma exposição contando sua história, recentemente ganhou um novo restaurante e continua a receber cada vez mais visitantes. Já imaginou Paris sem ela? Difícil, não é mesmo? Pois ela por pouco não existiu e no começo do século passado quase foi demolida, sob o peso das críticas de seus detratores que publicaram um manifesto de protesto, no qual a chamavam de inútil e monstruosa chaminé de fábrica, entre outras "gentilezas"...

(fonte)

Polêmica Gustave Eiffel, o empresário que a criou, não era um débutant. Especialista em estruturas metálicas, ele já havia construido o viaduto do Porto sobre o Douro em Portugal, o viaduto de Garabit no sudoeste da França, entre outros. A montagem da Torre Eiffel começou em 1887 e ela ficou pronta para a exposição universal de 1889, que comemorava o primeiro centenário da Revolução Francesa. Sua estrutura em arcos que se encaixam deve suportar a ação do vento, que é seu maior perigo. Normalmente, ela deveria ser demolida 20 anos após a exposição...no entanto, o interesse popular a manteve em pé...quando este arrefeceu pensou-se em retirá-la da paisagem de Paris. Mas Eiffel nela havia instalado estações de radio e laboratórios de pesquisas meteorológicas,o que impediu seu desmantelamento.

(fonte)

Desafiadora...Seu porte sempre exerceu um fascínio sobre os aventureiros ...alguns galgaram seus degraus a pé em competições, outros em bicicleta, em motocicleta, até um elefante nela se aventurou. Muitos escalaram suas estruturas, equilibristas realizaram números, paraquedistas se lançaram do seu topo, e nos primórdios da aviação, Santos Dumont venceu um concurso cujo objetivo era rodeá-la saindo de Saint-Cloud (subúrbio de Paris) e voltando ao ponto de partida ...em 30 minutos!

(fonte : imagens Google)

Inspiradora...Ela também foi fonte de inspiração para pintores e poetas : por exemplo a obra acima no inicio do post é de Georges Garen, que a pintou durante a exposição universal de1889...depois Seurat, o Douanier Rousseau, Signac, Bonnard, Utrillo, Gromaire, Vuillard, Dufy, Chagall também a celebraram, assim como Robert Delaunay que deu a ela facetas cubistas numa série pintada a partir de 1910. Poetas como Apollinaire e e músicos também nela buscaram sua inspiração, assim como vários filmes a tiveram como cenário. Acima, Ratatouille (no filme de mesmo nome) a observa parecendo fascinado pela "Dama de Ferro".

(fonte : imagens Google)

Radiante A iluminação da Torre Eiffel também merece um capítulo à parte, ela acompanha os eventos que vão marcando a história. Ela se vestiu de vermelho para o ano da China na França, de azul com 12 estrelas para a inauguração da presidência francesa da Europa, explode em mil fogos de artifício a cada passagem de um ano a outro, sendo que a mais memorável foi a entrada do novo milênio...diariamente a cada início de uma nova hora ela cintila durante 5 minutos, fornecendo um espetáculo aos passantes e lembrando que, Paris, por esta e por outras, é a "Cidade Luz"...e que a Torre Eiffel é sua estrela mais brilhante!


16.5.09 | Autor: Maria Augusta

Para este final de semana trago um passeio pelas coloridas vitrines da encantadora cidade de Kaysersberg, situada na Rota do Vinho da Alsácia, no leste da França. A música de fundo chama-se "Fille de L'Est" (Garota do Leste), e fala das dificuldades e da personalidade das pessoas desta região, composta pela Alsácia e a Lorena, que enfrentam um clima duro e já sofreram muito com as várias guerras que enfrentaram. A cantora é Patricia Kaas, uma "garota do leste", que hoje à noite vai representar a França no concurso da Eurovision. Por aqui, estamos torcendo!

Estas vitrines de Kaysersberg me fizeram lembrar dum passeio por outras vitrinas alsacianas, as de Estrasburgo, ao lado de uma querida amiga blogueira e seu esposo no ano passado...só digo que o blog dela se chama no !

E agora falando de coisas menos agradáveis mas bastante sérias, gostaria que vocês visitassem o blog da Aninha, pois ela está orientando as pessoas que desejam ajudar os flagelados das recentes inundações que ocorreram no Nordeste do Brasil, lembrando que não houve uma grande mobilização da mídia neste sentido. O Ery Roberto criou um selo para este fim :

Photobucket

Um bom fim de semana para todos!

Update (17/05/2009)

A cantora Patricia Kaas ficou em oitavo lugar no concurso da Eurovision...sua fama não foi suficiente para trazer a vitória...e diga-se de passagem este concurso está bastante démodé!

15.5.09 | Autor: Maria Augusta


Morar dez anos numa ilha deserta, eu? Não sei nadar, não sei pescar, nunca acampei na minha vida, e embora defenda a natureza com unhas e dentes, sou mesmo um "bicho do asfalto", adoro o conforto da civilização. Logo, se me lanço nesta aventura a convite dos nossos amigos organizadores da Tertúlia Virtual é porque me baseei em algumas premissas do desafio...por exemplo, foi dito que a ilha é deserta, não que ela é selvagem...então na "minha" ilha,

  • haverá pelo menos uma bela cabana situada nas alturas de onde possa
    avistar o mar,

  • não tem animais selvagens nem indios antropófagos...

  • ela tem água potável



Nestes anos que vou ficar lá pretendo aprender a nadar, a mergulhar e a conviver com a natureza. Vou plantar, ver as plantas crescerem e comer do que semeei. Vou admirar o céu com todas suas estrelas, o campo com todas suas flores, o o mar com todos seus peixinhos...e repertoriar tudo, pois terei tempo para aprender a desenhar. E tentar minimizar nossa "pegada ecológica", tentando interferir o mínimo possível no "trabalho" da natureza.

Agora que minha ilha já foi escolhida e já decidi o que vou fazer lá, vamos à minha "mala". Para fazê-la, respeitei o limite de 5 coisas por pessoa...e seremos 2 pessoas, pois pretendo levar mon mari chéri...



Eu levarei :


  • papel, lápis e caneta a granel,

  • 1 luneta para observar o céu à noite

  • grãos para plantar

  • 1 caixa do meu vinho favorito.


Meu marido levará :

  • 1 kit completo de sobrevivência, com "primeiros socorros",
    facas e principalmente fósforos

  • 1 kit de pesca normal e submarina

  • 1 máquina fotográfica

  • 1 TELEFONE POR SATÉLITE, para falar com a família e para emergências

  • um painel solar portátil para carregar as baterias dos 2 últimos (afinal
    a premissa diz que não tem eletricidade quando chegarmos, mas
    não que não poderíamos levá-la rs).


Espero ter cumprido o desafio, e garanto que não resistiria 10 anos longe do computador, pediria para virem me buscar bem antes...ou será que "tomaria gosto" pela vida selvagem e ficaria morando lá para sempre? Espero nunca ter que verificar...


Update :

O Eduardo disse que meu marido não pode levar 5 coisas, neste caso na cabana já deveria ter uma cozinha equipada com panelas e facas e também um kit de primeiros socorros. Eu deixaria minha luneta e a caixa de vinhos (sniff, sniff, sniff) ... a lista ficaria assim :

  • papel, lápis e caneta a granel,
  • sementes para plantar
  • 1 kit para pesca normal e submarina com equipamento de mergulho
  • 1 TELEFONE VIA SATÉLITE com seu painel solar para recarregar a bateria
13.5.09 | Autor: Maria Augusta

Música e flores, que bela combinação, né? Pois esta é uma das propostas do pintor naturalista americano Timothy Martin, cujo trabalho pode ser visto numa exposição em Paris neste momento. Seus guaches e aquarelas evocam as telas de Archimboldo, que compunha seus temas com frutas...no seu caso é com flores e animais. Então vemos liras compostas por "muguets", pavões formando os lados de uma harpa, um sofá composto por rosas...e cabras! Suas obras podem ser olhadas sob várias facetas, por exemplo o modo como ele combinou os animais e vegetais para dar forma a um objeto, a riqueza das cores que traz uma exuberância ao quadro, ou também pequenas paisagens que ele insere nos motivos da composição. Os temas preferidos de Timothy Martin são os instrumentos musicais e os móveis, neste diaporama trago os primeiros, os segundos ficarão para um próximo post.Vejam como é original o trabalho dele (se tiver problemas para visualizar o diaporama clique sobre ele para vê-lo diretamente no slide.com)...


11.5.09 | Autor: Maria Augusta

O espaço, a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Sua missão de cinco anos: explorar novos e estranhos mundos, procurar novas formas de vida, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve....alguém lembra desta frase que abria Star Trek? Eu era fã de carteirinha, vi as reprises e todos os filmes que foram feitos baseados na série. E é claro, não podia perder esta nova versão que saiu na semana passada nos cinemas.

Para quem não conheceu, ela mostrava um universo utópico criado por Gene Roddenberry no século 23, no qual não existiriam mais doenças e a tecnologia seria uma resposta a tudo. Nela o povo da Terra se uniria a populações de outros mundos em torno de uma Federação, que tinha como objetivo promover a paz e defender os planetas participantes contra os invasores. Os heróis da série (foto acima) eram o Capitão Kirk, seu segundo o meio homem-meio vulcaniano Spock, o engenheiro Scott, a tenente Uhura que cuidava das comunicações, o piloto Sulu, o médico McCoy e o cientista Tchecov. A ousadia para a época foram os fatos de que a tenente Uhura era interpretada por uma artista negra e que o cientista Tchecov era russo, em pleno período de guerra fria. A série original durou 3 anos da televisão( foi interrompida por falta de audiência, nem sei se passou no Brasil na época, conheci as reprises), mas deu origem a várias outras, além de livros e filmes.


Nesta nova versão, eles rejuveneceram toda a tripulação procurando manter uma semelhança com os artsitas da série original (foto acima), mostram até a infância do Capitão Kirk e de Spock, o vulcano de orelhas pontudas...Aliás sempre foi meu preferido na série e neste filme também, achei que eles foram muito felizes na escolha do intérprete do jovem Spock, além de carregarem mais no lado humano do personagem, que está em permanente conflito com o lado lógico do vulcano. Mas o antigo Spock interpretado por Leonard Nimoy faz uma aparição, para alegria dos antigos fãs da série.

Quanto ao enredo...ele é bem conduzido, apesar de que as idas e vindas no tempo possuem algumas incoerências, mas quem não conhece a base da história da série original corre o risco de não entender o contexto, não é como " Guerra nas Estrelas", onde eles lembram no início o que aconteceu nos episódios precedentes...mas eles lutam contra o vilão que quer destruir a galáxia e enfrentam mil perigos, o que oferece a oportunidade para efeitos especiais fabulosos. Achei que valeu a pena assisti-lo, se tivesse uma crítica a fazer seria em relação aos diálogos, parecem mais os dum grupo de garotos jogando um vídeo game que duma tripulação tentando salvar o mundo...mas talvez na série já fosse assim e com o tempo fui ficando mais chata rs...





Update 11/05/2009

A querida Luma deixou no seu comentário uma informação preciosa :

"Fiz um post em 2007, se quiser ler - http://luzdeluma.blogspot.com/2007/08/slowdown.html - apesar de que, você já leu porque tem comentário seu lá (rs*) - neste post falo da influencia do seriado nos geeks que comandam o mundo da tecnologia atualmente."

Além disto, neste post ela faz um "desenho animado" baseado nos membros da tripulação da Enterprise, é realmente muito bom. Leia-o aqui.


9.5.09 | Autor: Maria Augusta


De uma megalópole à outra, depois dos projetos para a Paris do futuro, passamos à São Paulo do presente... trazendo para vocês as imagens acima com alguns grafites que fotografamos no "Beco do Batman" da Vila Madalena durante as últimas férias...e desejando um bom fim de semana para todos!

PhotobucketE como hoje é Dia das Mães no Brasil e o assunto é a Vila Madalena, ofereço estas flores que foram fotografadas* na Rua Girassol deste bairro a todas as Mamães que me visitam desejando um Feliz Dia das Mães!



*A foto das flores foi encontrada no Flickr e é de autoria de Rafael Winter.

6.5.09 | Autor: Maria Augusta

Com a abertura duma exposição na Cité d'Architecture, na semana passada foram revelados os estudos solicitados a dez arquitetos franceses e estrangeiros visando obter propostas e idéias para a preparação da Grande Paris para o futuro. O governo francês deu como prioridades para suas concepções o desenvolvimento sustentável, a coerência entre os meios de transporte e a abolição dos guetos existentes. Os projetos apresentados foram arrojados, surpreendentes...como cada um possui várias facetas, vou descrever separadamente os mais interessantes a meu ver, começando pelo projeto da equipe do arquiteto mais famoso, Jean Nouvel.

Este arquiteto francês de renome internacional já construiu obras cujos materiais são principalmente o vidro e o metal, jogando com os efeitos de luz e de transparência. Já realizou muitas modernizações de imóveis antigos, como a Igreja de Sarlat ou a Ópera de Lyon além do Museu da Rainha Sofia na Espanha, mas também já projetou edifícios moderníssimos como a torre Agbar em Barcelona, o Instituto do Mundo Árabe e o Museu do Quai Branly (foto acima), além de ter ganho a concorrência para o mais recente arranha-céu que será erigido no bairro La Défense, em Paris. É responsável também pelo projeto do moderníssimo "Museu do Louvre de Abu Dhabi", a ser construido em breve.

No desenvolvimento deste projeto para o futuro de Paris ele trabalhou em parceria com Jean-Marie Dutilheul e Michel Cantal-Dupart, se baseando no "Manifesto" com o M lembrando : megalópole, mudança, mobilidade, mistura, melhor vida. O resultado foi uma proposta baseada em arranha-céus e jardins, nos quais os imóveis atuais seriam conservados e embelezados para neles incluir o verde. Nele, o limite de altura "tolerado" na cidade seria abolido e seriam adicionadas "torres", enormes arranha-céus que consistiriam em "ecocidades", possuindo cada uma toda a infraestrutura que atrairia também os habitantes das vizinhanças. Para as zonas de menor densidade de população da periferia, arranha-céus seriam construidos incluindo a tecnologia que permite o desenvolvimento sustentável reproduzindo os monumentos de Paris. As orlas dos rios, das estradas, das florestas seriam reaproveitadas para a construção de ciclovias ou de hortas comunitárias. O sistema de transporte (trens, metrôs) seria interligado de tal maneira que sempre haveria um trem a cada sete minutos para ir de um ponto a outro da cidade. Vejam no diaporama a tradução em imagens de algumas das propostas do atelier Nouvel :





Todos os detalhes a respeito destes projetos podem ser encontrados aqui (em francês) ou você encontrará um resumo em português aqui.

4.5.09 | Autor: Maria Augusta

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Mais um dos castelos pelos quais passo nas minhas caminhadas matinais é este : o Castelo de Montet. Ele é um castelo "encantado", desaparece durante o verão e reaparece no inverno...porque ele se encontra num lugar alto, rodeado pela vegetação que o esconde, só se vê o alto de sua torre. No inverno porém as árvores perdem as folhas e se pode visualizá-lo por inteiro, embora não se saiba exatamente aonde, para achá-lo é preciso descobrir o caminho para chegar até ele, não é tão fácil.

Para mim ele é mais que uma passagem das minhas caminhadas. Há alguns Photobucketanos atrás fiz nele um curso de especialização na tecnologia da Internet no qual os colegas eram das mais variadas origens profissões e culturas : tínhamos engenheiros, farmacêuticos, professores de letras, filósofos, que eram franceses, alemães, argelinos, marroquinos, senegaleses, malianos, ingleses. As conversas na hora do café eram deliciosas, ficávamos filosofando sobre tudo, imaginem a diversidade de opiniões e tudo o que se podia aprender com tantos pontos de vista diferentes. Foi lá que me disseram que eu era epicurista... só porque na primavera quando me aproximava do castelinho dirigia bem devagarinho para saborear a paisagem...os que vinham atrás na rua estreita não conseguiam entender rs.

Da história deste castelo não conheço muito. Ele tem ares ao mesmo tempo de castelo gótico e da Renascença, os primeiros vestígios escritos de sua existência são do século XII, depois em 1527 sabe-se que o duque Antoine da Lorena o ofereceu a seu médico Jean Geoffroy. Mudou de mãos e foi destruido várias vezes sendo que sua última reconstrução data de 1880. Atualmente abriga um centro de informática pertencente à Universidade de Nancy.

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2.5.09 | Autor: Maria Augusta

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Quando eu era pequena acreditava em cegonha...até jurei que a vi com o cestinho trazendo meu irmão quando ele nasceu...depois que soube como nasciam os bebês passei a considerar a cegonha como um animal meio mítico, como o dragão, a fênix, que só existiam na nossa imaginação. Até que vim para a Europa, aqui soube que elas existem realmente, são até o emblema de regiões como a Alsácia (dizem que quando uma cegonha pousa sobre uma chaminé é sinal de sorte, ela traz fertilidade, saúde, riqueza, proteção contra as tempestades)...mas não as tinha visto de perto até no último domingo de Páscoa, quando visitando um parque nesta região elas estavam em todo lugar: sobre as árvores, cruzando os céus, namorando, alimentando os filhotinhos...

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Era um belo espetáculo, mas elas não estão sempre no mesmo lugar, são Photobucketpássaros migradores. Quando o inverno se aproxima elas deixam a Alsácia e seguindo duas rotas diferentes (imagem à esquerda) se dirigem para paragens mais quentes, em busca de alimentos. Algumas cegonhas tomam a direção da Espanha e alcançam a África passando pelo estreito de Gibraltar (esta rota é a mais recente, atribuida ao aquecimento climático), outras voam em direção do leste da África, percorrendo no total cerca de 12000 Km, entre a ida e a volta. Elas partem no final do mês de agosto passam os meses de inverno do hemisfério norte nestas paragens e depois fazem a viagem de volta, chegando na Alsácia entre fevereiro e abril. Atualmente estes vôos são monitorados e seguidos via satélite.

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De volta para casa elas vão cuidar de seus ninhos. Os machos chegam primeiro e reparam os ninhos e os mais jovens o constroem. Em seguida chegam as fêmeas, e antes do acasalamento, elas realizam danças batendo o bico ruidosamente. Depois elas põem os ovos, de 4 a 6 por ninhada, e os chocam durante 34 dias, sendo que o macho e a fêmea se revezam nesta tarefa (mas à noite são so as fêmeas que chocam...). O filhotinho nasce com um peso de ~75 gramas, sem penas e seu bico é preto. Ele atinge a maturidade aos 3 anos, e começam então a migrar com os mais velhos.

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No entanto, estes périplos não são isentos de perigos...muitas são capturadas por redes elétricas, outras são caçadas na África, ou ainda são envenenadas pelos pesticidas das lavouras e não voltam nunca mais...assim a população de cegonhas na Alsácia estava diminuindo drasticamente, entre 1950 e 1974, elas passaram de 148 a 9 casais. Foi então que certas comunidades criaram condições para que elas possam ficar durante o inverno, fornecendo alimentos durante os meses frios, em centros de reintrodução (depois de 3 anos sem migrar elas perdem o instinto de partir). Desta forma, "artificialmente", eles conseguiram aumentar novamente o número de cegonhas na região, unindo a população migradora à "sedentária", e a população atual é em torno de 430 casais.

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Nesta reintrodução se operou novamente a interação entre o homem e a natureza, podemos dizer que foi um sucesso, pois a cegonha foi salva da extinção, pelo menos na região...o preço foi que muitas delas perderam um instinto natural, o da migração. Mas dos males o menor, não é mesmo?

Ficha técnica :

Ciconia ciconia (cegonha branca)

  • Comprimento : 95 à 100 cm
  • Envergadura : 185 à 205 cm
  • Come vários pequenos animais : rãs, serpentes, peixes, roedores, pássaros, etc.

Este post faz parte da blogagem coletiva "Ecological Day" promovida pela Sonia do "Leituras" e pela Elma do "Caliandra do Cerrado" que ocorre no segundo dia de cada mês. Participe!


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