4.11.09 | Autor: Maria Augusta

Escrever há alguns dias sobre Asterix, assistir a uma conferência sobre a história de uma cidade aqui do leste da França, ler na blogosfera sobre a história de Portugal e Espanha, me fizeram pensar no papel que os romanos desempenharam na formação de nossa civilização "ocidental". Muitos povos conquistaram e subjugaram outros pela força de seus exércitos como eles, mas poucos deixaram vestígios tão fortes, como por exemplo a própria origem de vários idiomas e monumentos que podem ser vistos até hoje, 2000 anos depois. E o que quer dizer Astérix quando diz : "Estes romanos são loucos?"

Lendo um pouco sobre o assunto encontrei algumas explicações. Segundo os historiadores, Roma pilhava e saqueava como todos os conquistadores, mas depois impunha aos vencidos a "Pax Romana", manifestando o desejo de associá-los ao Império, pela participação dos autóctones na vida política e trazendo para cada província o "way of life" romano, com as residências, arenas, teatros, templos, aquadutos, estradas... e seu gosto pela diversão : « Segundo o calendário de Roma, no fim da República, os 65 dias de jogos públicos se repartiam assim : 48 de teatro, 13 para o circo, 4 consagrados aos concursos hípicos, os jogos de anfiteatro não ocorriam ainda nesta época... No século IV, o número de dias atinge 175 : o teatro, com 101 dias vem sempre em primeiro lugar, depois o circo (64), e depois o anfiteatro (10)».( fonte : P.-M. Duval, Vie quotidienne, p. 266). Quanto às religiões, pelo menos na "Gália", encontraram-se evidências de que o culto aos deuses existentes antes da invasão eram tolerados em carater doméstico, enquanto a presença nos templos romanos mostrava a lealdade em relação ao Império. Isto até o ano de 313, quando a religião oficial do Império Romano passou a ser o cristianismo.

Claro que haveria muito ainda sobre o que falar, mas no momento estou só no começo de minhas pesquisas sobre esta época...à medida que for descobrindo mais vou trazendo para cá, assim quem gosta de História também pode aproveitar. No diaporama abaixo, alguns monumentos galo-romanos existentes na França :










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22 comentários :

On 4 de novembro de 2009 às 16:47 , Anônimo disse...

É verdade, foram muito loucos!
Ótima postagem! Viva Roma!

 
On 4 de novembro de 2009 às 18:17 , Marco Antônio disse...

Esse assunto sempre está em pauta aqui em casa porque a Lu é uma pesquisadora do tema. Vive lendo a respeito.
Outro dia mesmo apareceu com um livro aqui sobre a queda do Império Romano. Eu acho o assunto um tanto conturbado, mas gosto de ler a respeito até para conhecer melhor a história que chega até nós.
Grande abraço e parabéns pelo post

 
On 4 de novembro de 2009 às 21:19 , sonia a. mascaro disse...

Gostei deste post, Maria Augusta. Uma beleza as imagens que você escolheu para o slide. Cada tema que você aborda nos acrescenta em informação e é também um convite para a busca de novos conhecimentos.

Eu sempre li muito mais sobre os gregos que sobre os romanos... Mas quando pesquisava sobre as imagens da velhice para a minha tese, li um livro que achei muito interessante, não sei se você já leu, é O Amor em Roma, de Pierre Grimal. Ele tem outros livros sobre Roma e sobre Mitologia, excelentes.
Beijos e um ótimo dia!

 
On 5 de novembro de 2009 às 08:45 , Maria Augusta disse...

Eduardo, foram uns loucos muito poderosos e influenciaram muito os povos que conquistaram.
Um abração.

Marco, como a Lu pesquisa sobre os celtas, os romanos foram grandes inimigos deles, logo suas histórias estão ligadas.
Um grande abraço.

Sonia, não conhecia este autor, muito obrigada pela dica.
Um beijão.

 
On 5 de novembro de 2009 às 09:03 , http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Bom dia Maria Augusta, tudo bem?

Eu adoro história e já escrevi vários posts dando ênfase a este assunto.

Que os romanos eram uns loucos?! Sim, loucos pelo poder, loucos pelo domínio, loucos para fazer história e conseguiram.
Lembra de Cartago? Até entao Roma nao era nada.

Vou estar curiosa esperando os próximos capítulos dessa série.

O slide show, belíssimo! Com tantas imagens interessantes.

Quando estivemos em Verona, vimos muito dessas pontes, teatros e castelos em ruínas.

Sem sombra de dúvidas, adoro essa arquitetura de tilolos, de arcos, de torres.

Parabéns pelo post informativo.

Beijos

 
On 5 de novembro de 2009 às 13:11 , Elma Carneiro disse...

Gosto muito de história e vou acompanhar seus posts sobre essa pesquisa, e já estou começando a gostar.
Então é claro que voltarei mais vezes.
Beijoo

 
On 5 de novembro de 2009 às 13:24 , Francys Oliva disse...

Muito legal esse tema, gostei bastante, espero ler mais a respeito. Beijitos

 
On 5 de novembro de 2009 às 14:29 , sonia a. mascaro disse...

Passei aqui para desejar um ótimo final de semana para você! Isso se não houver mais nenhum post até lá... (risos)
Beijos.

 
On 5 de novembro de 2009 às 17:15 , Laura_Diz disse...

Adorei o post, vou colocar no Twitter seu link.
Loucos, lindos, sedutores- povo intenso em paixão e arte.
As fotos são indas.
Adoro Asterix, li todos há anos, depois não reli mais...
acho que estão todos c meu irmão.
bjs LAura

 
On 5 de novembro de 2009 às 20:35 , João Menéres disse...

Mais um excelente tema que se inicia no CÔTÉ COUR, CÔTÉ JARDIN !

Tanto o que a MARIA AUGUSTA nos conta, como as elucidativas imagens em diaporama, deixa-nos de atenção desperta!

Cá esperamos, então...

Um beijo.

 
On 5 de novembro de 2009 às 20:52 , Jorge Pinheiro disse...

Os romanos romanizavam. Ainda hoje somos romanos do ponto de vista civilizacional. Toda a Europa do Sul (França incluída) e a América do Sul (toda). As divindades locais eram absorvidas pelos romanos que cedo perceberam que a aculturação religiosa é a forma melhor de conquistar. Por cá temos o Endovélico de que um dia destes falarei (entre outros deuses lusitanos) que passaram a ser deuses romanos. Esta é a grande vantagem em ter muitos deuses. A grande reflexão entre aqueles que dizem ser o monoteísmo uma forma mais avançada de cultura e as guerras religiosas travadas para impor esse deus.

 
On 6 de novembro de 2009 às 08:35 , Maria Augusta disse...

Georgia, eles dominaram o mundo durante vários séculos e foram ávidos de domínio, com certeza. Mas o que procuro entender é como eles se agregaram com as populações conquistadas a tal ponto que até os idiomas foram mudados. Me lembro de teus postos sobre Cartago, muito interessantes.
Beijos.

Elma, que bom, é um incentivo para continuar.
Um grande beijo.

Francy's, que bom recebê-la neste cantinho, vou pesquisar mais sobre os romanos e trazer aqui, com certeza.
Um beijão.

Sonia, vai sair mais um post, mas desde já também te desejo um bom fim de semana.
Um grande beijo.

Laura, obrigada pelo link no Twitter, parece que os romanos foram muito loucos mesmo, e em vários aspectos, como disse a Georgia.
Beijos.

João, que bom que você gostou deste tema, vou satisfazendo minha curiosidade e trazendo para cá minhas descobertas.
Um abração.

Jorge, é esta romanização que acho interessante. Certamente isto passou pela aculturação religiosa, mas acredito que passou também pelo modo de vida, pois as melhorias que eles traziam em relação ao conforto e o divertimento também fez com que muitos aderissem e se deixassem romanizar.
Um grande abraço.

 
On 6 de novembro de 2009 às 13:42 , http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Maria Augusta, boa tarde.

OLha, o peito de peru feito daquele jeito fica molhadinho, nada seco. Parece até uma outra carne. Fiquei impressionada quando o comi na casa de uns amigos alemaes, ela é cozinheira. Ela o fez com Spätzle, conhece? Eu tenho uma receite de Spätzle que é uma maravilha, rs.

Beijos e bom fim de semana

 
On 6 de novembro de 2009 às 13:52 , Wania disse...

Maria Augusta

Os Romanos chegavam dominando pela força, mas depois quando mostravam o seu outro lado conquistavam sem precisar dela... talvez por isso, até hoje, ainda estejam tão "vivos" e presentes!

Belíssimo post, adoro este tema!
Aguardarei os demais...

Ótimo final de semana pra ti,

Bisous,
Wania

 
On 6 de novembro de 2009 às 15:05 , Elma Carneiro disse...

Na bíblia conta que Josué foi o escolhido por Deus para completar a missão de Moisés. E... as “guerras santas” se sucederam com todo tipo de barbárie destruindo gerações inteiras apagando da memória sua história por conta da imposição do monoteísmo.
Lembro da história de Josué um dos maiores guerreiros e sanguinários das histórias bíblicas, se não o maior que obedecia a uma ordem vinda do seu deus mas, antes ouviu dele uma promessa.”Todo lugar que pisar a planta do vosso, pé, vo-lo tenho dado” quando na travessia no deserto para chegar a terra prometida e de onde emanava leite e mel.
Na conquista de Jericó Josué recebeu do seu deus uma a ordem e assim foi cumprida:.Js 6. 21 ..... “e tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio de espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até ao velho, até o boi e gado miúdo e ao jumento” , “porém toda prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor”.
E na frente ia abrindo caminhos levando na frente a “arca do Senhor “, mas havia apor trás disso também a conquista e tomada de territórios.
Ao ler o livro de Josué, fiquei boquiaberta com a maldade de suas guerras em nome de um deus.

E até hoje as guerras acontecem apoiadas no credo de um deus e não tem como fugir dessas narrativas, pois elas são a prova do "começo" da braveza dos homens na história. Depois vieram as perseguições e mortes (alguns eram queimados vivos em fogueiras) em nome de Jesus para impor o cristianismo, e isso é só o começo de toda a valentia do homem, ou não seria ira?
Um bom final de semana.
Beijooo

 
On 6 de novembro de 2009 às 21:42 , Jorge Pinheiro disse...

Claro. As invasões bárbaras não foram para destruir o império, mas para todos os invasores terem acesso à civilização. Alguns invasores quando voltaram à distante Suécia ou Noruega abriam as torneiras que tinham roubado, estranharam não deitarem água. No séc. XIX apenas se levava menos 5 ou 6 horas a ir de Roma a Londres do que no séc. I d.C.!!!

 
On 7 de novembro de 2009 às 11:55 , Maria Augusta disse...

Georgia, vou fazer este prato logo, logo. Conheço sim o Spatzle, pois a família do meu marido é alsaciana, já o fizemos em casa uma época, também temos uma receita miam miam.
Beijos.

Wania, é sim, como disse o Jorge, somos todos culturalmente romanos em boa parte da Europa e na América do Sul. Que bom que você gostou do tema.
Um beijão.

Elma, você está coberta de razão, os monoteistas usam seu deus como pretexto para guerras e massacres, mas no fundo o que interessa é o poder e os valores bem terrenos.
Obrigada por trazer este trecho do livro de Josué, eu não o conhecia.
Um grande beijo.

Jorge, aqui onde moro estamos próximos do eixo Norte-Sul da Europa que partia de Roma e chegava até os paises escandinavos, e o número de vestígios romanos é muito grande, principalmente as termas e as rotas. Eles realmente quadrilharam os lugares conquistados com suas rotas e aquadutos e como toda a população podia aproveitar, isto certamente ajudou na assimilação.
Obrigada pelo comentário enriquecedor.
Abraços.

 
On 8 de novembro de 2009 às 18:45 , Anônimo disse...

Maria Augusta, ainda não tinha tido a oportunidade de ler e comentar este post. Um crime! O seu post está fascinante e o tema da abordagem é óptimo. E eu sou muito curiosa pelo assunto.

Os romanos foram antes de mais uma Civilização, toda uma nova maneira de ser e estar no mundo,inovador na época. (embora eu tenha um fraquinho pelos gregos quanto á sua filosofia de vida, mitologia e arte) Eles estiveram e estão em toda a parte, é fantástico.E depois da imposição pela força (discutível mas tem que ser lida no contexto )veio a imposição da Paz (paradoxo?)que sabiam ser absolutamente necessária para submeter e manter os territórios conquistados, e nesse sentido a religião foi fundamental, tendo existido uma espécie de regime de "trocas" e transformações de deuses:não só trouxeram os seus como sem qualquer problema absorveram e integraram os novos dando-lhes outros nomes e acrescentando significados. Vejam-se os deuses gregos, os orientais, os hispânicos, os lusitanos como muito bem o Jorge referiu.Mas Roma era muito ambiciosa e mantida por homens que se deixaram corromper pelo poder (a velha história)numa época que os territórios e povos submetidos também já não se contentavam com a "Pax".Ando para ler (há muito tempo!)uma obra premiada que fala exactamente das razões do declíneo do império romano, que provávelmente envolveram muitos outros factores que desconheço.

Não conheço estes belos monumentos ao vivo. Aqui há uns anos dei uma volta pelo norte de França e Ilha de Paris mas para ver inúmeras e poderosas catedrais medievais.O que perdi!

Os comentários do expresso Jorge foram muito interessantes; penso que se considera que a civilização monoteísta será mais avançada pois verifica-se ser um passo em frente quando o homem deixa de atribuir tudo o que desconhece, todos os seus medos a deuses variados mas bem definidos e diferenciáveis e passa a conceber apenas uma entidade mais abstracta, com características universais.Mas se formos a ver o contexto da época, quando essa mudança começa a acontecer também começa o fim do avançado império romano e a entrada na chamada época das trevas medieval...Logo talvez não seja apenas uma questão de mais ou menos avançado, é uma questão em aberto.

Beijos e boa semana!

 
On 8 de novembro de 2009 às 19:32 , La Maison d'Ávila disse...

Continue amiga...



Super beijos
Rê.

 
On 9 de novembro de 2009 às 09:42 , Maria Augusta disse...

Marialynce, também tenho um fraco pela civilização grega, aliás os romanos adotaram muito dela, a começar pelos deuses. Mas fazendo uma ligação com os dias de hoje os vestígios romanos que se encontram aqui nas redondezas me interpelaram sobre o porquê do fato que os romanos influenciaram tanto os povos conquistados ao ponto de fazê-los modificar a própria língua. Quanto ao monoteismo certamente foi um avanço, o problema é que ele foi pretexto para conflitos, cada um querendo impor o seu deus. Mas este assunto tem muito "pano para mangas" rs.
Um grande beijo.

Regina, obrigada pelo incentivo, amiga.
Beijos para você.

 
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