2.8.09 |
Autor: Maria Augusta
Neste
Ecological Day gostaria de falar da ecologia levando em conta o ser humano como parte integrante dela, com seus relacionamentos sociais e conflitos, e como estes, que são ditados principalmente pelas forças políticas e pelos interesses econômicos transformam seu meio ambiente e consequentemente a natureza como um todo. E estes aspectos foram magistralmente captados pelos fotógrafos do mundo inteiro que participaram do prêmio Pictet, cujo presidente de honra é Kofi Annan. Nesta segunda edição, o tema proposto foi a "Terra", fazendo referência ao planeta, ao solo que pisamos e às marcas que o Homem nele deixa. As séries selecionadas para a "shortlist" são impressionantes, nos trazem os efeitos da guerra, da poluição, do progresso desenfreado e até da escravatura sobre os seres humanos e sobre o planeta. (
por favor cliquem nas miniaturas para vê-las em tamanho grande, elas são magníficas, gritantes de verdade). | Darren Almond (Inglaterra) na série "Luas Cheias" - ele utiliza a lua como única fonte de luz e neste caso representou a cadeia de "Montanhas Amarelas" na China. |
Christopher Anderson (Canadá) nomeado por "Capitólio" - Ele mostra os ciclos de consumo, de destruição, de violência e de agitação política na Venezuela onde a economia é baseada na exploração intensiva dos recursos naturais.
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| Sammy Baloji (República Démocrática do Congo), nomeado por "Memórias" - ele faz um paralelo entre as fotos em P&B da época colonial quando, segundo ele, a Bélgica explorava as minas de Katanga, "reduzindo o povo local à escravagem", e suas fotos atuais mostrando o estado decadente no qual se encontram estas minas. |
Edward Burtynsky (Canadá), nomeado por "Pedreiras" - ele fotografou as pedreiras, na América, na Europa e na India, buscando nelas apresentar uma arquitetura. A intenção era de salientar de onde vem os recursos dos bens de nossa vida cotidiana, que nem sempre conhecemos. | |
| Andreas Gursky (Alemanha), nomeado por "Sem Título XIII" - visto de longe as imagens desta série lembram obras de Jackson Pollock, mas quando se presta atenção se vêem pessoas revirando desesperadamente um "lixão" situado no México. |
Naoya Hatakeyama (Japão), nomeado por três séries: "Explosão, Rio e Túnel" - ele busca representar a cidade, seu passado, seu presente e seu futuro, para induzir à reflexão sobre a interação entre o homem e o meio ambiente. Para isto fotografou rios subterrâneos em Paris e Tóquio, e canteiros de obras no Japão. |
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| Nadav Kander (Israel), nomeado por "Yangtze, a série do longo rio" - ele registrou as mudanças constantes das paisagens e das comunidades ao longo do rio Yangtsé, na China, que, segundo ele, estão destruindo a herança cultural destas regiões. |
Ed Kashi (USA), nomeado por Corrida do Ouro Negro : 50 anos de petróleo no delta do rio Niger - ele apresenta as consequências da exploração do petróleo na Nigéria, a degradação do meio ambiente e os conflitos comunitários por ela provocados.
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| Abbas Kowsari (Iran), nomeado por "Sombra da Terra" - este artista representa a peregrinagem que ocorre à ocasião do Ano Novo, quando milhares de iranianos se dirigem às regiões onde aconteceram os combates durante a Guerra Irã-Iraque, o que é conhecido como "Caravana da Luz". |
Yao Lu (China), nomeado por "Montanha e Água" - nesta série as imagens das montanhas no meio das brumas são enganosas, pois na verdade se trata de gigantescas pilhas de lixo e detritos de construção de casas, bem no meio da vegetação... |
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| Edgar Martins (Portugal), nomeado por "O Presente em Diminuição" - um retrato do resultado dos incêndios florestais em Portugal, buscando discutir suas causas, como o aquecimento climático, e a gestão incorreta da reflorestação, que privilegia os eucaliptos, uma árvore facilmente inflamável. |
Chris Steele-Perkins (Birmânia), nomeado por "Monte Fuji" - o Monte Fuji está no meio de um parque nacional mas em torno dele predominam os hotéis, clubes de golfe e até um campo de treinamento militar. O fotógrafo nesta série chama a atenção sobre o sacrifício da beleza em favor do progresso que ocorre no Japão. |
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Séries completas das fotos selecionadas para o prêmio Pictet 2009
aqui.
18 comentários :
Bonita abordagem do tema complexo e atual!
Tenho uma dúvida: será que o alargamento da consciência colectiva nesta matéria ainda vai a tempo? É que vejo gente chegar ao poder e, mesmo chamando-se "verdes", pouco fazem e o que fazem é meramente emblemático/simbólico. Não há planos sustentados e credíveis a nível mundial. Para isso é que que se justificaria a globalização.
Maria Augusta
Certamente que o homem sempre deixa marcas profundas por onde ele passa com a sua ganância e vaidade seja para adquirir bens ou poder.
Bom seria se o desenvolvimento não atingisse de modo tão nocivo o seu meio ambiente e nem se auto destruísse por meio de guerras e mais guerras, destruindo também seus irmãos.
As fotos registram com muita realidade esse comportamento devastador do homem no decorrer do tempo.
Muito bem preparada a sua postagem e é sempre muito bom vir aqui e ver seu trabalho feito com muito capricho e carinho.
Beijos.
Maria Augusta, a imagem que mais me impressionou foi a da "montanha" entre as brumas. A que ponto chegamos. Como se a poluição fosse algo parte da paisagem da natureza.
beijo, menina
Maria Augusta, você descobre sempre coisas muito interessantes! Fiquei admirada com o trabalho desses artistas e sua contribuição ao meio ambiente. Vi todas as fotos e fiquei impressionada com Nadav Kander (Israel), na série sobre o rio Yangtze. Essa imagem de pessoas comendo embaixo da ponte me transmitiu uma sensação de isolamento, de ausência de beleza, de falta de perspectiva, de destruição da cultura...
Obrigada por contribuir tanto com o Ecological Day.
Beijos e boa semana.
Eduardo, é complexo mesmo este tema, o progresso x o meio ambiente.
Abraços.
Jorge, você tem razão, não ha uma verdadeira conscientização sobre o que está em jogo e as ações são insignificantes diante do problema...que não pode ser resolvido localmente mas em âmbito mundial. Também temo que seja muito tarde...
Um abração.
Elma, o Homem faz mal à sua própria espécie e também ao seu meio ambiente com sua ganância e sede de conquista...parece que esta é a natureza humana...
Beijos.
Denise, as montanhas de lixo integradas à paisagem são mesmo bem simbólicas do ponto em que chegamos no descaso com a natureza.
Um grande beijo.
Sonia, as imagens desta série são mesmo impressionantes, principalmente pela amplidão de tudo que toca a China.
Um beijão.
Bom dia Maria Augusta, fiquei e estou impressionada com essas imagens.
Você como sempre com essa sensibilidade descobrindo coisas e dividindo conosco. Às vezes penso que a loucura do homem pela ganancia nao tem cura...
Uma linda semana
beijos
Bom dia, eu sempre me pergunto até onde podem ir os avanços da humanidade. Porque vemos várias pesquisas que indicam os limites do corpo humano, mas poucas falam dos limites do planeta. Atualmente virou moda a ecologia, mas e quando a moda passar, será que nos lembraremos de que oferecemos risco ao planeta?
Gostei muito do seu post, não conhecia a série Luas Cheias, vou pesquisar mais a respeito.
Grande abraço
Faço minha apergunta do Jorge.Muito se fala mas pouco se faz! Belíssima abordagem do tema,como sempre...impressionante a imagem da "Montanha e Água" nas brumas ..pura ilusão...Beijos
Boa tarde Maria Augusta, que post "delicioso". Fiquei aqui apreciando várias vezes cada uma das imagens e suas informações...
É tão bom quando algo nos permite uma reflexão mais atenta que nos faz perceber o resultado final de nossas ações porque todos nós somos responsáveis pelo resultado final que essas propostas nos mostram.
Uma delas me fez lembrar do lixo em Napoles que aparentemente ainda não foi resolvido. E aquela da questão do Petróle (ouro negro) me fez pensar aqui comigo no quanto as pessoas se equivocam em dar tanto enfoque para o lucro e aí a amplitude da reflexão ganha proporções ainda maiores.
Grata pelo momento de reflexão carissima...
Georgia, a ganância não tem cura mesmo, porisso é difícil ser otimista em relação aos problemas do meio ambiente.
Um beijão.
Marco, já se fala também dos limites do planeta, mas isto passa sempre em segundo plano...espero que não seja apenas um efeito de moda e que haja mudança de hábitos no sentido de que as agressões a ele cessem.
Um grande abraço.
Vi, aqui na França o governo havia lançado o "Grenelle do Meio Ambiente", um plano ambicioso para a curto e médio prazo mudar as estruturas no sentido de que estas se tornassem mais condizentes com o respeito ao meio ambiente. Veio a crise econômica e este foi o setor mais afetado pelos cortes de verbas...ele passa sempre em segundo plano.
Um grande beijo.
Lunna, são reflexões que são lançadas "aqui e lá" esperando que toquem alguém que tenha o poder de mudar as coisas...
Um beijão.
Maria Augusta. Perdida eu fico aqui, em meio a reflexões, onde concluo que parece que o homem vai acabar convivendo com lixo, sucata, destruição...e nem vai perceber!
Vendo as imagens, para além das denúncias, enxerguei cenas alarmamtes e futuristas de filmes de ficção científica. E você sabe quantos filmes desses já se tornaram "reais", não?
Um grande temor se apossa da gente, ao contemplar essas imagens e suas explicações...
Mais um alerta para a humanidade, você deixa aqui!
Beijos muitos!
Dora
Olá Maria Augusta...Tem um papel importante nesse meio...a divulgação consciente e bem informada da degradação do nosso planeta através de obras de artistas que através de sua arte nos esclarece e abre os olhos de tantos que ainda permanecem cegos.
Mesmo que poucos sejam a acordados..sabemos o que é hoje necessário e nocivo a sobrevivência desse lugar.
Em nome de uma ganância de curto prazo..a falta de respeito ao próprio meio e principalmente a ingnorância de atos que dificilmente poderam ser remediados.
Nosso país tem esse tesouro..a Amazônia...que está sendo rapidamente engolida e devastada em nome de um progresso e de pessoas que enriquecem ilicitamente...Parabéns por tua consciente postagem...é necessário alertar..mas se isto é bem feito como aqui o faz, acredito que os resultados possam ser mais rapidamente colhidos e percebidos.
beijos...
(obrigada por perceber o lhares dos meus rsrsr fiquei feliz)
Maria Augusta, mostra aqui imagens desconcertantes porque têm uma certa beleza mas mostram a degradação que o homem é capaz de causar no seu próprio habitat, o que é deveras singular relativamente aos animais "irracionais"...
Uma notinha para o representante de Portugal: realmente os incêndios são uma praga que todos os anos, nesta altura de calor, toma conta das nossas florestas, e um dos factos que contribuem é exactamente a proliferação do eucalipto, uma espécie que cresce mais rápidamente, portanto mais lucrativa,mas que seca os terrenos.
Beijo grande
Dora, parece mesmo um filme, mas estas imagens refletem a realidade atual. Assustador, né?
Um grande beijo.
Selena, o lucro imediato, a exploração intensiva das riquezas naturais, até agora eram vistos como normais, não se pensava nas consequências. Atualmente já se alerta para elas...talvez não resolva, mas pelo menos as pessoas terão consciência dos que estão fazendo...pode ser que tomem precauções para evitá-las, né?
Um beijo.
Marialynce, a espécie humana se diz racional mas age no senso contrário a esta afirmação, é verdade. Obrigada pela precisão sobre o papel do eucalipto nos incêndios em Portugal.
Um beijo.
ulalá,maravilha! foto se texto, bjs laura
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