© Éric Lefranc/Biosphot Começa dentro de alguns dias em Copenhague a COP15 (United Nations Climate Change Conference) e devido ao seu carater fundamental para o futuro do planeta, me perguntei sobre o que vai acontecer nela e trouxe algumas respostas para este Ecological Day :
1. O que está em jogo em Copenhague? É o próprio futuro do planeta...Sim, porque lá estarão reunidos líderes do mundo inteiro sob a égide da ONU para propor suas soluções em relação ao objetivo de redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. A meta é a limitação do aumento de temperatura a 2°C até 2050, pois se ela sobe além deste limite as consequências serão catastróficas, segundo o GIEC (Grupo de Experts Intergovernamental sobre a Evolução do Clima). Para alcançar este objetivo as nações industrializadas deveriam reduzir a emissão dos gases que causam o efeito estufa a partir de 2005, como foi decretado no protocolo de Quioto em 1997. O objetivo do encontro de Copenhague é reforçar estas medidas e induzir os paises a se comprometer em relação ao cumprimento delas. 2. Qual são os obstáculos? O grande obstáculo vem dos maiores poluidores, os Estados Unidos e a China. Os Estados Unidos não ratificaram o Tratado de Quioto e se tem se negado a adotar medidas muito restritivas para reduzir as emissões de CO2. A China, que é o maior poluidor atualmente também tem mostrado resistência a adotar medidas que poderiam frear seu desenvolvimento. Mas em relação aos dois, parece que uma pequena luz se vislumbra no fim do túnel, pois tanto o presidente Hu Jintao da China, quanto Barack Obama já declararam que estarão presentes a Copenhague. Este último com uma proposta de redução de 17% para 2020, depois 30% para 2025 e 42% para 2030 em relação aos níveis de 2005. O objetivo é considerado modesto pelos ecologistas, mas é visto como um bom sinal para os mais otimistas. Quanto à China, que tem sofrido repetidamente com grandes secas, chuvas ácidas e uma enorme poluição em suas grandes cidades, parece mostrar sinais de boa vontade com um amplo projeto de reflorestamento e de investimento nas tecnologias "verdes", apesar da reticência em relação às medidas restritivas obrigatórias das emissões de CO2 (70% de sua energia tem como origem o carvão). 3. O que prevê o plano? O objetivo geral (mas não unânime) é a limitação do aumento de temperatura a 2°C daqui até 2050. Por outro lado ele imporia também uma redução de 25% a 40% das emiisões dos gases causadores do efeito estufa até 2020 por parte dos paises industrializados (vários deles como o Canadá, a Itália, a Espanha, a Áustria já declararam que é uma meta inalcançável...) e uma ajuda aos paises em desenvolvimento visando ajudá-los a implementar seus programas "verdes". 4. Quanto custa e quem vai pagar? O custo das medidas propostas se elevaria a 100 bilhões de euros por ano e a grande questão é "Quem vai pagar?" Certamente os paises ditos industrializados, que foram os maiores responsáveis pela poluição até agora, mas cada um teme mostrar a "nota" aos seus cidadãos em pleno período de crise financeira. A França sugeriu que cada transação financeira mundial receba uma taxa de 0.01% para cobrir esta "despesa", mas os Estados Unidos não são favoráveis a ela...logo esta é uma questão importante que será discutida em Copenhague e que pode bloquear as negociações. 5. E o Brasil, o que propõe? O Brasil que tem sido considerado como vilão devido ao desmatamento da Amazônia e deseja mudar de imagem, vai apresentar metas como 39% de redução da emissão de CO2 e a redução de 80% do desmatamento da Amazônia, ambos para 2020 (poderia ser melhor, como desmatamento "0", não é mesmo?).
6. Se as negociações fracassarem, existe um plano B? O que se teme é que este "sommet" termine com um simples acordo político, sem medidas restritivas obrigatórias. Neste caso, estas seriam previstas para serem assinadas em 2010, no México...será que o planeta pode esperar?
Observação Importante : O Faça a sua Parte esta seguindo passo a passo os acontecimentos referentes à COP15 com uma análise crítica desde os preparativos, não deixe de ler.
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